segunda-feira, 7 de julho de 2008

O segredo 2: A técnica da observação.

Quem nunca pronunciou: "Como ela(e) pode se sujeitar a isso!" Eu já! Muitas vezes. Porém alguns acontecimentos recentes me levaram a descobrir que o "se sujeitar a isso" em uma relação amorosa, desde que você não esteja levando nenhuma vantagem material, intelectual ou espiritual é cardiopatia. Sim, é doença do coração! E pasmem, causada por uma variação do amor.


Essa doença te pega de mansinho e infelizmente ataca com mais freqüência os grupos que compartilham de certos valores morais como: compreensão, despreendimento, tolerância e apego à família e que geralmente são avessos à inveja, orgulho e egoísmo.


Quem é pego por essa moléstia, quando se dá conta, se vê numa sensação de impotência e resignação a maus tratos, sejam eles físicos ou psicológicos. Não percebe que seu inconsciente está impregnado de ilusões que justificam ou abrandam quaisquer atitudes negativas do parceiro. Vê sua razão substituída pelo sentimento de posse, que pontencializa ainda mais os sintomas, e ainda, faz com que você nunca se veja como vítima e sim como uma pessoa apaixonada que está vivendo e sentindo um amor profundo e incondicional que tudo pode vencer.

Para vencer esta infermidade podemos e devemos procurar ajuda psicológica, desenvolver os "anticorpos" (experiência, espiritualidade e intelectualidade) e contar com a sorte, muita sorte, pois em muitos casos a "cura" é repentina (como se um véu descobrisse seus olhos), mas em muitos outros ou isso simplesmente não acontece ou quando acontece já é tarde mais.



Para quem vive, viveu ou não quer viver essa situação ofereço uma técnica, que desenvolvi, tendo como cobaia a mim mesmo, sofrendo como um cão e desperdiçando valiosos anos de minha vida.



A Técnica das Observações:


1ª Observação - Sempre que começar um relacionamento deixe bem claro que o diálogo será a base de tudo. Porém, jamais aceite o monólogo. Por experiência própria, se você coloca um assunto e o outro contra-argumentar algo que não o satisfaça ou que seja medíocre, calma, tente de novo, pode ter jeito. Agora cuidado com quem só concorda ou se recusa a dialogar. Essa é a pior espécie de parceiro que você poderia encontrar na vida. O parceiro que age dessa forma ou é intelectuamente incapaz ou você estará diante de alguém com um coração duríssimo, egoísta e sem nenhum bom sentimento para com você e que será capaz de te magoar como quem escova os dentes.


2ª Observação - Observe atentamente e procure nunca perder a noção do dar e receber. Dar o seu melhor para uma pessoa é louvável e na minha opinião é assim que deve ser. Mas muito cuidado com a recíproca. Acredite, dar muito e não receber nada ou quase nada, vicia. Isso mesmo, vicia. Você primeiro se habitua a receber pouco, depois aceita receber muito pouco e quando der por si estará recebendo nada. É nessa hora que você estará a mercê da indiferença, da falta de respeito e será tratado pelo seu parceiro como um traste. Pois, quem se sujeita a dar muito e receber pouco ou nada se torna um "fraco" perante o outro. E quem dá pouco ou nada, recebe muito e continua se aproveitando disso, será capaz de te descartar sem dó nem piedade, pois pode ter certeza que quando a situação chegar ao seu limite, essa pessoa irá mostrar o quanto você vale para ela: nada.


3ª Observação - Desconfie do vocabulário do seu parceiro(a) durante uma crise, seja ela, de pequenas ou de grandes proporções. Se você estiver com uma pessoa e depois de algumas crises você nunca ouvir: "desculpa", "você tem razão", "estou chateado(a) por você ter feito isso ou aquilo", "não vamos discutir mais não, vem cá meu amor" ou "eu te amo", caia fora o mais rápido possível, pois se a cada crise, essas palavras só sairem da sua boca, essa pessoa cada vez mais te respeitará menos!


4ª Observação - Quem ama pergunta: "Por que você está triste?". Quem ama procura te acalmar quando você perde a linha. Quem ama valoriza mais as virtudes do que os defeitos. Quem ama aponta seus erros mas comemora os seus acertos. Quem ama agrada. Quem ama briga mas se reconcilia.


Nenhum relacionamento será perfeito e me parece que uma dose de sofrimento é inevitável, mas a pior dor que pode existir é aquela que você mesmo, por acomodação, atrái para si !


Jorge Baraúna



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